quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Dengue - O vírus, o mosquito e a transmissão

  • Vírus
        Integrante da família dos flavivírus é classificado como um arbovírus, isto é, aquele que é transmitido por insetos ou outros artrópodes, o vírus da dengue é composto por uma fita única de ácido ribonucléico (RNA), revestida por um envelope de proteína em formato icosaédrico. Ele se divide em quatro tipos, denominados Den-1, Den-2, Den-3 e Den-4.                                                                                                                                        
      Todos podem causar tanto a forma clássica da doença quanto a dengue hemorrágico. Contudo, o Den-3 parece ser o tipo mais virulento, isto é, o que causa formas mais graves da moléstia, seguido pelo Den-2, Den-4 e Den-1.
        A virulência é diretamente proporcional à intensidade com que o vírus se multiplica no corpo. O tipo 1 é o mais explosivo dos quatro, ou seja, causa grandes epidemias em curto prazo e alcança milhares de pessoas rapidamente.      
  • Mosquito       
    A dengue é transmitida principalmente pelo Aedes aegypti, vetor também da febre amarela. É um inseto cosmopolita, encontrado principalmente em locais de grande concentração humana. Vive dentro das casas (sob mesas, cadeiras, armários etc.), alimentando-se da seiva das plantas. Somente a fêmea transmite a doença, quando pica o homem em busca de sangue para amadurecer os ovos. Ela ataca durante o dia, principalmente ao amanhecer e no final da tarde, preferencialmente nas pernas.                                                                               
        Em média, cada A. aegypti vive em torno de 30 dias e a fêmea chega a colocar entre 150 e 200 ovos de cada vez. Uma vez com o vírus da dengue, torna-se um vetor permanente da doença e pode transmitir a doença para suas crias. Os ovos não são postos na água, e sim milímetros acima de sua superfície, principalmente em recipientes artificiais. Quando chove, o nível da água sobe, entra em contato com os ovos que eclodem em pouco mais de 30 minutos. Em um período que varia entre cinco e sete dias, a larva passa por quatro fases até dar origem a um novo mosquito. 
       O Aedes aegypti põe seus ovos em recipientes artificiais, tais como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água de chuva. Nas Américas, o mosquito utiliza ainda criadouros naturais, como bromélias, bambus e buracos em árvores. 
      A transmissão da dengue, bem como da febre amarela, depende da concentração do mosquito: quanto maior a quantidade, maior a transmissão. Esta concentração está diretamente relacionada pela presença das chuvas: mais chuvas, mais mosquitos.                                                                                                                                            







As curvas da taxa de sobrevida das fêmeas das duas localidades, para cada tipo de alimento, mostraram comportamento similar (Figura 2).


Ao analisar a Tabela 4 observa-se que não houve sobreposição entre os intervalos de confiança das fêmeas do Vale do Paraíba, alimentadas com sangue e com açúcar, mas sim, entre os intervalos de confiança das fêmeas do Vale do Ribeira. Portanto, as diferenças na sobrevida no primeiro caso são significativas, mas não no segundo caso.


  • Transmissão
     O ciclo de transmissão do vírus da dengue começa quando o mosquito pica uma pessoa infectada. Dentro do A. aegypti, o vírus multiplica-se no intestino médio do inseto e, com o tempo, passa para outros órgãos, chegando finalmente às glândulas salivares, de onde sairá para a corrente sangüínea de outra pessoa picada.                       
     Assim que penetra na corrente sangüínea, o vírus passa a se multiplicar em órgãos específicos, como o baço, o fígado e os tecidos linfáticos. Esse período é conhecido como incubação e dura de quatro a sete dias. Depois o vírus volta a circular na corrente sangüínea. Pouco depois, ocorrem os primeiros sintomas.                            
   O vírus também se replica nas células sangüíneas e atinge a medula óssea, comprometendo a produção de plaquetas (elemento presente no sangue, fundamental para os processos de coagulação). Durante sua multiplicação, formam-se substâncias que agridem as paredes dos vasos sangüíneos, provocando uma perda de líquido (plasma). Quando isto ocorre muito rapidamente, aliado à diminuição de plaquetas, podem ocorrer sérios distúrbios no sistema circulatório, como hemorragias e queda da pressão arterial (choque) - este é o quadro da dengue hemorrágico.



Gráfico de infestação do mosquito da dengue (Aedes aegypti) mostrando as principais regiões onde há predomínio do mosquito. Como se pode notar, houve um grande aumento de regiões infectadas de 1996 até 2006, pois como o país apresenta em grande parte clima tropical temos o favorecimento da proliferação da espécie, já que este se adapta melhor a climas tropicais, o que pode ser confirmado pela poça quantidade de casos na região sul, que se encontra em outra região climática.

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