quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Dengue – O que é?


            A dengue é uma doença infecciosa aguda, ou seja, uma enfermidade causada por um vírus da família Flaviridae, que é transmitida através do mosquisto Aedes Aegypti. A doença pode ser causada por quatro tipos diferentes de vírus e, é mais freqüente, em áreas tropicais e subtropicais do mundo, incluindo o Brasil. As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvososo qual propicia ambientes favoráveis a proliferação do mosquito da dengue devido ao acúmulo de água da chuva.





Gráfico elaborado com informações da planilha de Casos Notificados de Dengue no Brasil (1997-2007), no qual podemos ver picos e declives na quantidade de casos até o ano de 2007 Fonte: SESs/UF - atualizado em 31/10/2007

Dengue - O vírus, o mosquito e a transmissão

  • Vírus
        Integrante da família dos flavivírus é classificado como um arbovírus, isto é, aquele que é transmitido por insetos ou outros artrópodes, o vírus da dengue é composto por uma fita única de ácido ribonucléico (RNA), revestida por um envelope de proteína em formato icosaédrico. Ele se divide em quatro tipos, denominados Den-1, Den-2, Den-3 e Den-4.                                                                                                                                        
      Todos podem causar tanto a forma clássica da doença quanto a dengue hemorrágico. Contudo, o Den-3 parece ser o tipo mais virulento, isto é, o que causa formas mais graves da moléstia, seguido pelo Den-2, Den-4 e Den-1.
        A virulência é diretamente proporcional à intensidade com que o vírus se multiplica no corpo. O tipo 1 é o mais explosivo dos quatro, ou seja, causa grandes epidemias em curto prazo e alcança milhares de pessoas rapidamente.      
  • Mosquito       
    A dengue é transmitida principalmente pelo Aedes aegypti, vetor também da febre amarela. É um inseto cosmopolita, encontrado principalmente em locais de grande concentração humana. Vive dentro das casas (sob mesas, cadeiras, armários etc.), alimentando-se da seiva das plantas. Somente a fêmea transmite a doença, quando pica o homem em busca de sangue para amadurecer os ovos. Ela ataca durante o dia, principalmente ao amanhecer e no final da tarde, preferencialmente nas pernas.                                                                               
        Em média, cada A. aegypti vive em torno de 30 dias e a fêmea chega a colocar entre 150 e 200 ovos de cada vez. Uma vez com o vírus da dengue, torna-se um vetor permanente da doença e pode transmitir a doença para suas crias. Os ovos não são postos na água, e sim milímetros acima de sua superfície, principalmente em recipientes artificiais. Quando chove, o nível da água sobe, entra em contato com os ovos que eclodem em pouco mais de 30 minutos. Em um período que varia entre cinco e sete dias, a larva passa por quatro fases até dar origem a um novo mosquito. 
       O Aedes aegypti põe seus ovos em recipientes artificiais, tais como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água de chuva. Nas Américas, o mosquito utiliza ainda criadouros naturais, como bromélias, bambus e buracos em árvores. 
      A transmissão da dengue, bem como da febre amarela, depende da concentração do mosquito: quanto maior a quantidade, maior a transmissão. Esta concentração está diretamente relacionada pela presença das chuvas: mais chuvas, mais mosquitos.                                                                                                                                            







As curvas da taxa de sobrevida das fêmeas das duas localidades, para cada tipo de alimento, mostraram comportamento similar (Figura 2).


Ao analisar a Tabela 4 observa-se que não houve sobreposição entre os intervalos de confiança das fêmeas do Vale do Paraíba, alimentadas com sangue e com açúcar, mas sim, entre os intervalos de confiança das fêmeas do Vale do Ribeira. Portanto, as diferenças na sobrevida no primeiro caso são significativas, mas não no segundo caso.


  • Transmissão
     O ciclo de transmissão do vírus da dengue começa quando o mosquito pica uma pessoa infectada. Dentro do A. aegypti, o vírus multiplica-se no intestino médio do inseto e, com o tempo, passa para outros órgãos, chegando finalmente às glândulas salivares, de onde sairá para a corrente sangüínea de outra pessoa picada.                       
     Assim que penetra na corrente sangüínea, o vírus passa a se multiplicar em órgãos específicos, como o baço, o fígado e os tecidos linfáticos. Esse período é conhecido como incubação e dura de quatro a sete dias. Depois o vírus volta a circular na corrente sangüínea. Pouco depois, ocorrem os primeiros sintomas.                            
   O vírus também se replica nas células sangüíneas e atinge a medula óssea, comprometendo a produção de plaquetas (elemento presente no sangue, fundamental para os processos de coagulação). Durante sua multiplicação, formam-se substâncias que agridem as paredes dos vasos sangüíneos, provocando uma perda de líquido (plasma). Quando isto ocorre muito rapidamente, aliado à diminuição de plaquetas, podem ocorrer sérios distúrbios no sistema circulatório, como hemorragias e queda da pressão arterial (choque) - este é o quadro da dengue hemorrágico.



Gráfico de infestação do mosquito da dengue (Aedes aegypti) mostrando as principais regiões onde há predomínio do mosquito. Como se pode notar, houve um grande aumento de regiões infectadas de 1996 até 2006, pois como o país apresenta em grande parte clima tropical temos o favorecimento da proliferação da espécie, já que este se adapta melhor a climas tropicais, o que pode ser confirmado pela poça quantidade de casos na região sul, que se encontra em outra região climática.

Dengues – Tipos


            A dengue inclui 4 tipos imunológicos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três. No Brasil, foram diagnosticadas apenas as três primeiras. Pode se apresentar clinicamente de quatro formas diferentes: Infecção Inaparente, Dengue Clássica, Febre Hemorrágica da Dengue e Síndrome de Choque da Dengue. 





O gráfico mostra a presença de cada tipo do vírus no país de acordo com a região no decorrer dos anos de 2001 até 2005

Dengues – Sintomas


            O vírus da dengue pode se apresentar de quatro formas diferentes e, cada tipo da doença, possui os seus sintomas características. Nestes quatro casos, os sintomas podem estar ocultos e chegar até quadros de hemorragia, que podem levar o doente ao choque e ao óbito. Alguns dos sintomas segundo os quatro tipos de dengue:          

  • Infecção Inaparente: Neste tipo, a pessoa está infectada pelo vírus, mas não apresenta nenhum sintoma.
  • Dengue Clássica: Geralmente inicia-se de uma hora para outra e dura entre 5 a 7 dias. A pessoa infectada tem febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjôos, vômitos, manchas vermelhas na pele, dor abdominal (principalmente em crianças), entre outros sintomas. Seus sintomas duram até uma semana, e, após este período, a pessoa pode continuar sentindo cansaço e indisposição.
  • Dengue Hemorrágica: Inicialmente se assemelha à Dengue Clássica, mas, após o terceiro ou quarto dia de evolução da doença, surgem hemorragias em virtude do sangramento de pequenos vasos na pele e nos órgãos internos. A Dengue Hemorrágica pode provocar hemorragias nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas.
  • Síndrome de Choque da Dengue: O indivíduo que está acometido pela doença apresenta um pulso quase imperceptível, inquietação, palidez e perda de consciência. Neste tipo de apresentação da doença, há registros de várias complicações, como alterações neurológicas, problemas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural.
    Entre as principais manifestações neurológicas, destacam-se: delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.
            Há suspeita de dengue em casos de doença febril aguda com duração de até 7 dias e que se apresente acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares, dores nas juntas, prostração e vermelhidão no corpo. È importante destacar que a dengue é uma doença dinâmica, que pode evoluir rapidamente de forma mais branda para uma mais grave. É preciso ficar atento aos sintomas que podem indicar uma apresentação mais séria da doença.               
         A dengue hemorrágica é a mais grave dentre os quatro tipos de dengue e alguns sinais de alerta para esse tipo da dengue são: 1. Dor abdominal intensa e contínua (não cede com medicação usual); 2. Agitação ou letargia;3. Vômitos persistentes; 4. Pulso rápido e fraco; 5. Hepatomegalia dolorosa; 6. Extremidades frias; 7. Derrames cavitários; 8. Cianose; 9. Sangramentos expontâneos e/ou prova de laço positiva; 10. Lipotimia; 11. Hipotensão arterial; 12. Sudorese profusa; 13.Hipotensão postural; 14. Aumento repentino do hematócrito; 15. Diminuição da diurese; 16. Melhora súbita do quadro febril até o 5 dia; 17. Taquicardia (Fonte: Dengue - Aspectos Edipemiológico, diagnóstico e tratamento (Ministério da Saúde).

        Utilizando dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) foi possível identificar o aumento da gravidade da dengue no Brasil, para casos de dengue hemorrágica: - Variáveis:
§           Hematúria
§           Metrorragia
§           Sangramento Gastrointestinal
§           Insuficiência Hepática
§           Manifestações Neurológicas
§           Miocardite
§           Hipotensão Arterial
§           Derrame Pericárdico
§           Diarréia
§           Hospitalização
      Alguns dos sintomas propostos foram utilizados para analise percentual dos sintomas no decorrer dos anos.





                                  
            Tais dados permitem observar que primeiro os sintomas não apresentam relações entre si, cada um tem sua taxa de ocorrência mais ou menos elevada sem que haja relação com outros sintomas; pode-se também notar que a diarréia, quadro mais comum da dengue hemorrágica, apresenta mediana maior que todos os demais sintomas deixando evidência que este é o sintoma mais comum da dengue, uma vez que os outros podem ser manifestados, porém também podem não ocorrer ou ocorrer de forma mínima. É preciso ressaltar, também, que a porcentagem de casos da doença varia com a quantidade de infecções, logo se temos maior quantidade de infecções, teremos maiores porcentagens para os sintomas.
                                                                              

Dengue – Prevenção


A melhor maneira de se prevenir a dengue é através do combate aos focos de acúmulo de água, ou seja, locais favoráveis para a criação do mosquito transmissor da doença. Visto isso, é importante a população esteja atenta para que não haja acúmulo de água em latas, copos plásticos, embalagens, tampinhas de refrigerantes, vasinhos de plantas, pneus velhos, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros. A figura a seguir mostra algumas das formas de se evitar a proliferação do mosquito da dengue.


           
            Segundo pesquisas, problemas relacionados ao saneamento básico contribuem decisivamente para o aumento do risco da doença. Isso pode ser observado segundo uma modelo de regressão linear abaixo mostrando a taxa de incidência da dengue relacionando-se os fatores doença e domicílios com rede sanitária geral.

Dengue – Tratamento

  
Não existe tratamento específico para dengue, assim como uma vacina com um antiviral capaz de reduzir a viremia ou algum tipo de medicamento contra a doença, mas sim, apenas tratamentos que aliviam os sintomas da mesma.
Essa ausência de um tratamento específico é compensada pela aplicação de um conjunto de conhecimentos que permite classificar o paciente de acordo com seus sintomas e a fase da doença, assim como reconhecer precocemente os sinais de alerta, iniciando a tempo o tratamento adequado.
Deve-se ingerir muito líquido como água, sucos, chás, soros caseiros, etc. Os sintomas podem ser tratados com dipirona ou paracetamol. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetilsalicílico e antiinflamatórios, como aspirina e AAS, pois estes são propensos a aumentar o risco de hemorragias.
Medidas simples tais como identificar os sinais característicos da doença iniciando-se, assim, uma hidratação oral e venosa eficiente pode ser importante para impedir a evolução da doença para as suas formas mais graves.
            Além disso, a atenção médica diária e freqüente permite identificar precocemente os casos que poderão evoluir para as formas graves, com início da reposição de líquidos antes que os sinais do choque e de outras complicações se tornem evidentes. É fundamental ressaltar que o diagnóstico e o tratamento precoces são determinantes para melhora do paciente e precaução contra o avanço da doença.


Conclusão
           
            A dengue, uma doença que atinge a maior parte do Brasil, deve ser considerada e ter atenção tanto por parte da população como por parte de uma política social do governo em combate à doença. Sua transmissão é favorecida pela proliferação do mosquito e esta pode ser evitada simplesmente pela atenção da população não deixando água acumulada em qualquer que seja o lugar.


Fontes:
  • http://www.dengue.org.br/dengue_mapas.html;
  • http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/kitdengue/epidemiologia.html
  • http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=23449
  • http://www.combateadengue.com.br/
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Dengue
  • http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034102009000400013&script=sci_arttex